O uso do e-mail marketing pelas empresas está em fase de crescimento e amadurecimento, fato comprovado pela pesquisa do WBI Brasil, que indicou que 64,5% das empresas brasileiras desenvolvem ações de e-mail marketing.
Um outro dado que chamou à atenção foi o motivo que leva as empresas a fazer uso da Internet: segundo pesquisa do CETIC.BR, 69% das empresas a utilizam para monitorar o mercado – leia-se, entre outros fatores, monitorar a concorrência.
No caso do envio de e-mail marketing voltado para endomarketing, há peculiaridades que devem ser observadas. Entre elas, o envio de informações exclusivas da corporação para equipes estratégicas. Por exemplo, o envio de um relatório em PDF para explicar uma nova ação no mercado para a equipe comercial.
Como sabemos, o envio de e-mail marketing não permite o uso de arquivos anexos, pois geram uma série de empecilhos, como bloqueios, demora em processamento, contaminação por vírus, etc. Por este motivo, qualquer arquivo precisa ser armazenado em um servidor e, posteriormente, disponibilizado no corpo do e-mail através de um link (que, inclusive, permite seu rastreamento e posterior medição por sistema de métricas).
Entre os riscos que este arquivo corre, citamos:
– Encaminhamento do e-mail por um dos destinatários da campanha, de forma intencional ou não, podendo fazer com que informações estratégicas caiam em mãos erradas;
– indexação do arquivo PDF por mecanismos de busca, como o Google, que permitiria o download do arquivo por qualquer pessoa – inclusive um concorrente ávido por informações.
A informação é um patrimônio da empresa. Por este motivo, deve ser protegida de apropriação inadequada, e a Contra-Inteligência utiliza técnicas diversas para garantir a segurança da organização e suas informações, como a contra-espionagem e a desinformação, só para citar alguns exemplos.
Ora, como proteger estas informações transitadas em ações de e-mail marketing?
Entre as ações de contra-espionagem que podem ser aplicadas, a mais simples é o acesso restrito a conteúdo via interface protegida por senha, onde cada usuário possui um cadastro que o identifica e rastreia suas ações dentro do sistema, registrando ips de acesso, etc.
Outras maneiras de proteger conteúdo são a criptografia e a esteganografia. A criptografia é uma das ferramentas mais poderosas, codificando o arquivo, gerando uma senha para descriptografar e somente quem possui esta senha pode ter acesso a seu conteúdo.
A esteganografia é o processo de esconder um arquivo dentro de outro. Por exemplo, um documento de texto pode ser escondido dentro de um arquivo de imagem, sem modificação no tamanho de ambos e sem que este possa ser removido, exceto por quem possua o mesmo software responsável pela esteganografia e a chave de acesso daquele arquivo. Então, um e-mail com uma imagem inocente, como a logo da empresa, pode esconder um relatório de principais clientes. Mas isso, só o destinatário correto ficará sabendo.
Embora pouco difundida, a proteção de informações estratégicas, inclusive as transitadas via e-mail marketing, deve ser considerada prioridade para as organizações, pois é de informação que vive o mundo atual. Não adianta informar no corpo do e-mail que a informação é sigilosa e que não deve ser lida por quem não é seu destinatário. Pode funcionar no campo da ética mais pura, mas não no mercado dos tempos atuais.
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