A promessa está se cumprindo! A internet surgiu para democratizar, globalizar e ligar universos tão diferentes dentro de uma mesma rede. O nosso Brasil de dimensões continentais, com tantas diferenças culturais e de distribuição de renda, aumenta ano a ano a sua base de internautas, derrubando a profecia dos mais céticos, que afirmavam que a internet seria território dos ricos e da classe média.
Na semana passada, na reportagem de capa da Revista de Domingo do Jornal O Globo, li sobre o belíssimo trabalho da ONG Rede Povos da Floresta, criada a partir de uma aliança entre o CDI (Comitê para Democratização da Informática), João Augusto Fortes (herdeiro da João Fortes Engenharia), Ailton Krenak, companheiro de trabalho de Chico Mendes, e com o apoio de Luis Paulo Monetenegro, do Ibope, João Alfredo Viegas, da Concremat e Paulo Jobim. A ONG começou instalando pontos de internet em aldeias e comunidades remotas na Amazônia. Depois disso, a proposta avançou para a criação de um tipo de universidade da floresta, no qual conhecimentos milenares dos povos indígenas estão sendo transmitidos ultilizando a tecnologia a favor da propagação da informação. Lindo, né?
O mais surpreendente foi ler que a tribo dos Ashaninkas, evitou a invasão de seu território por madeireiros, graças a um e-mail enviado para o Palácio de Planalto e ao Fantástico, que mobilizou o exército e a TV. Ao invés de flechas e lanças, a tribo venceu a invasão usando o e-mail para alertar as autoridades. Para quem é fã da web a reportagem emocionou!
Ao invés de flechas e lanças, a tribo venceu a invasão usando o e-mail
Os números confirmam a paixão nacional pela internet. Segundo pesquisa divulgada pelo Ibope Nielsen em maio de 2009, o Brasil conta com 62 milhões de usuários de internet, considerando brasileiros de 16 anos ou mais de idade com posse de telefone fixo ou móvel e com acesso a web em qualquer ambiente (residências, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas e telecentros). A tendência continua de forte crescimento para os próximos anos, graças a queda de preços de equipamentos de informática, e a diminuição nos valores das assinaturas de banda larga.
Somos campeões em tempo de navegação com a média de 25 horas e 43 minutos. O Brasileiro passa mais tempo navegando do que assistindo TV.
Apesar da magnitude dos números e o país estar em sétima posição mundial de volume de internautas, número que representa a população total de países como a França e reino Unido, o mais chocante é que apenas 20% dos domicilios tem acesso a rede, reforçando as projeções de que o Brasil ainda tem muito pra crescer na internet.
Não dá pra bobear, estamos só começando!